Horário de Verão: Retorno Ainda Incerto no Brasil
A Avaliação Atual do Ministério de Minas e Energia
Nos últimos dias, surgiram especulações sobre a possível volta do horário de verão no Brasil. O Ministério de Minas e Energia (MME) declarou que a medida está “permanentemente em avaliação”. No entanto, deixou claro que neste ano os relógios não serão adiantados em uma hora.
Segundo o ministério, as condições para o fornecimento de energia estão favoráveis. Os reservatórios evoluem dentro da normalidade durante o período seco, colocando o Sistema Interligado Nacional (SIN) em uma situação melhor do que no ano passado. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reforçou essa avaliação em uma reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), indicando que o suprimento de energia está garantido até fevereiro de 2026.
Suspensão e Estudos Recentes
O horário de verão foi suspenso em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro. Estudos do CMSE indicaram que a política já não trazia ganhos significativos em termos de economia de energia, devido às mudanças no comportamento do consumo da população.
O pico de demanda energética, que antes ocorria no início da noite, deslocou-se para o período da tarde, em boa parte devido ao uso intensivo de ar-condicionado e aparelhos de refrigeração. Dessa forma, o horário de verão deixou de aliviar a pressão sobre o sistema elétrico no momento crítico do dia, conforme apontaram os estudos.
Histórico e Aplicação do Horário de Verão
Tradicionalmente, o horário de verão no Brasil começava no primeiro domingo de novembro e terminava no terceiro domingo de fevereiro, conforme o Decreto nº 6.558/2008, modificado em 2017. Quando coincidia com o Carnaval, a data de encerramento era postergada.
A medida era aplicada nos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, além do Distrito Federal. As regiões Norte e Nordeste não adotavam a mudança, devido à pouca variação de luminosidade ao longo do ano nessas áreas.
Comparação Internacional
Entre os países tropicais, o Brasil foi um dos poucos a implementar o horário de verão. A prática é mais comum em países como Estados Unidos, Canadá, México, Chile e Paraguai, mas é rara em nações próximas à Linha do Equador.
A justificativa para sua adoção em várias partes do mundo está ligada à economia de energia e ao melhor aproveitamento de luz solar, embora os impactos variem conforme a localização geográfica e as particularidades de consumo de cada país.
Impactos Econômicos e no Cotidiano
As discussões sobre o retorno do horário de verão envolvem não apenas questões energéticas, mas também econômicas e sociais. Durante seu período de vigência, a medida impactava diversos setores, desde o comércio até o turismo, que ajustavam suas operações para aproveitar o período prolongado de luz do dia.
Para muitos, o horário de verão significava mais tempo para atividades ao ar livre e lazer após o trabalho. Contudo, para outros, era sinônimo de adaptação difícil, especialmente no que diz respeito ao sono e ao ritmo biológico.
Perspectivas Futuras
Com o adiamento da decisão sobre a volta do horário de verão, as autoridades continuarão a monitorar o cenário energético e a eficácia da medida. A evolução das tecnologias e o fortalecimento do sistema elétrico são pontos críticos para avaliar a necessidade ou não de sua reimplantação.
Continuarão sendo avaliadas as mudanças nos padrões de consumo e a capacidade das fontes renováveis de energia para atender à demanda crescente, especialmente em cenários de aumento da temperatura global e consequente aumento no uso de sistemas de refrigeração.
As condições dos reservatórios são favoráveis, evoluindo dentro da normalidade ao longo do período seco.
Fonte: veja.abril.com.br



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